DIA DOS NAMORADOS

Recordações pessoais

12 de Junho de 2011

O tempo, na vida da gente, passa marcando quem fica

Ainda na minha infância, me lembro daquela namoradinha.

No segundo ano do ginásio, avançando na rua, da vida rainha.

Sorriso matreiro, pele clara, cabelos longos, família rica.

Outro jovem, com belo fraque, meu caminho cruzou

Ela, com sorriso feliz, olhares ardentes, o amigo trocou.

Arrastando meus dias, passando na igreja, com outro casou.

Jamais novamente a vi.

Tem uma imagem na minha memória que o tempo não apagou.

Aos dezoito anos, em terra distante, lindo corpo mirei

Com tal perfeição – contemporânea – na mesma religião.

Uma carta escrevi, a felicidade antevi, mas com outro casou.

O amor acabou, o costume alterou, e o destino separou.

Aos vinte anos, onde nasci, no meio da aula, uma voz escutei

Meu nome chamava, o rosto não negava, o cigarro nublava.

Voltando pra casa promessas e juras o sonho embalava.

O destino, carrasco, a mim escolheu, e noutra Belém com ela casei.

Num sábado feliz, cheio de atividades, na mesma religião

O mesmo destino outrora bem-vindo, naquela instante chegou.

Na noite atormentada, pela madrugada, marcou o serão

Dormiu tão feliz, um encontro marcou –  jamais acordou.

A primeira namorada, da infância feliz, posso vê-la passar,

A segunda, da juventude, num tempo recente

Dela já vi um pedaço de gente.

A terceira, jamais eu verei, pois noutro lugar não mais a terei.

Messias da Conceição Marques